Alecrim foi campeão invicto em 1968; clube tem sete títulos estaduais |
Quando nasceu, o Alviverde era, na verdade, Tricolor. Além do verde e branco, o vermelho figurava no primeiro uniforme. A fim de se tornar único, a cor rubra logo foi excluída para evitar qualquer semelhança com o rival América-RN. Mas foi somente em 2003 que o escudo oficial, que era praticamente igual ao do rival, foi trocado pelo atual.
- Antes, quando os jornais eram impressos em preto e branco saía uma foto e ninguém sabia se era América ou Alecrim. O escudo oficial foi mudado justamente por isso - afirmou Marcus Vinícius.
Criado em um bairro popular de Natal, o Alecrim se contrapunha às elites do esporte. O primeiro jogador vindo da classe média foi Café Filho, que jogou como goleiro do Alecrim na década de 20, antes de assumir a presidência da República em 1944, após a morte de Getúlio Vargas. Em 1968, o Alviverde contou com outra grande honraria e teve Garrincha vestindo a camisa do clube em um amistoso.
A valiosa sede campestre do Alecrim possuía cinco campos de futebol |
- Era uma área valiosíssima entre Parnamirim e Macaíba - conta Washington Fernandes, atual presidente do Alecrim.
O amplo espaço tinha cinco campos de futebol e era utilizado para o lazer de milhares de sócios.
- Nós tínhamos uns seis ou sete mil sócios. Se você fizer uma enquete, todas as pessoas com cerca de 40 anos, hoje em dia, tiveram uma infância na sede campestre do Alecrim - apostou Orlando Caldas, ex-presidente do Alecrim.
Com o tempo, o Esmeraldino perdeu grande parte do patrimônio cobrindo custos de ações trabalhistas e, atualmente, o único bem que restou foi a sede na Rua dos Caicós, no bairro do Alecrim.
Mas quem pensa que o clube chega ao centenário com lamentações se engana. Ao longo desses anos, foram apenas sete títulos estaduais, mas um orgulho que vale por inúmeros troféus. O "filho independente" do futebol potiguar comemora os 100 anos como quem celebra uma nova vida, de sonhos, de realizações e de muita esperança.
- Comemorar 100 anos com a torcida, com a estrutura do ABC ou do América é muito fácil. É como ser filho de pai rico. O Alecrim é aquele filho que comprou o primeiro carro com o próprio suor. Então, o valor que nós damos à comemoração dos 100 anos é totalmente diferente. Não tem comparação - comentou Orlando Caldas.
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